quarta-feira, agosto 11, 2010

AGOA. Fazer o quê?

Pelas declarações da Ministra de Indústria na sequência da participação de Cabo Verde no Fórum de AGOA em Washington DC e Kansas City na semana passada, fica-se com a impressão que ainda não há uma ideia de como beneficiar desse programa. O Governo durante anos praticamente ignorou as facilidades de acesso ao mercado americano dadas a Cabo Verde desde 2002. Cabo Verde tem sido incapaz de tirar proveitos significativos da oportunidade oferecida. Dados oficiais põem o valor total das exportações para os Estados Unidos, de Janeiro a Outubro de 2009, em 14 mil dólares, cerca de mil e trezentos contos.
Vários outros países africanos também elegíveis para o AGOA fizeram bom uso das facilidades para exportar confecções e calçado. São eles Madagáscar, Quénia, Maurícias e Lesotho. O Banco Mundial registou na sua publicação “Yes, Africa Can” que Lesotho serviu-se do AGOA para se lançar numa estratégia agressiva de atracção do investimento externo e promoção de exportações. No processo mais que duplicou as exportações para os Estados Unidos atingindo, valores de mais 300 milhões de dólares, e criou 36 mil postos de trabalho na industria têxtil e de calçado, entre 2000 e 2008.
No ano passado, com o périplo de Hillary Clinton por vários países de África, incluindo Cabo Verde, o Governo fez um gesto, talvez por cortesia, e a Ministra da Indústria foi a Nairobi no Quénia participar no fórum do AGOA. Agora foi aos Estados Unidos. A pergunta que fica: Que planos tem o Governo para aproveitar as oportunidades do AGOA?

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