sexta-feira, novembro 12, 2010

Para "o inglês ver"


Desde do grande choque do ano passa­do que colocou Cabo Verde no 146º lugar entre 189 países, no que toca a facilidade de fazer negócios, Doing Business, o Governo tem-se esmerado em actos de cosmética para melhorar a imagem. Os dados do Índice de Competitividade, colocando Cabo Verde atrás de 17 países africanos, mostraram como a propalada agenda de transformação ficou encalha­da algures nas omissões e falta de visão que tem caracterizado as seis equipas económicas dos dez anos de Governo do Paicv.. Adepto de manipulação de imagens, o governo esforçou-se por burilar a imagem desses indicadores internacionais. Foi aparentemente bem sucedido no índice de liberdade de imprensa, a partir do momento que a presidente da associação de jornalistas preencheu o questionário distribuído pelos Repórteres Sem Fronteiraa. O único problema é que isso tudo soou a falso. Cabo Verde apresentou-se muito acima de varias democracias como Portugal, Espanha e Itália em matéria de liberdade de imprensa, no preciso momento em que todos vêem que o país está submerso num mar de propaganda governamental. O es­forço empreendido para realizar o feito de Rwanda do ano passado no Doing Business 2009 não resultou. Cabo Verde só subiu 10 pontos diferentemente do Rwanda que tinha subido 50 pontos. A atrasar o país ficou o "ranking" de 132º na protecção dos investidores, de 152 em obter crédito, e do último lugar em terminar um negócio. O governo, sempre procurando polir a imagem, sem muita preocupação com o conteúdo, ainda quis introduzir leis, em regime de urgência, na Assembleia Na­cional para melhorar os índices do Doing Business. Por isso, é que se teve há dias na A N proposta de lei para a promoção de inves­timentos dirigidos para exportação, uma outra para a internacionalização das empresas nacionais e ainda uma outra para regular o processo de falência. Cosmética de um Governo que , chegado ao fim de dois mandatos, deixa o país numa posição tão baixa, seja no que respeita à competitividade, seja na facilidade de fazer negócios. Não é a toa que, enquanto a taxa média mundial para o crescimento do Índice de Desenvolvi­mento Humano entre 2000 e 2010 é de 0,89 por cento e é de 1,49% para o grupo de Desenvolvimento Humano médio, Cabo Verde ficou pelos 0,64 por cento. Falhou na criação de empregos e na criação de riquezas que outros brilhan­temente foram bem sucedidos, retirando milhões da pobreza extrema.

3 comentários:

Anónimo disse...

Analisando o conjunto dos dados disponiveis dentro do contexto do nosso país, em função dos RESULTADOS e dos RECURSOS utilizados, verificamos que esta década ficou-se pela MEDIOCRIDADE. Reflexo e consequencia disso mesmo é o Relatório produzido pelo BCV (Com toda subtileza possivel, não deixou de fazer SÉRIOS ALERTAS)em que o único elemento POSITIVO foi a CHUVA que nos irá SAFAR de não entrarmos em DIFICULDADES MAIORES

Amílcar Tavares disse...

Quem acredita nesses 7% está equivocado, não confirma os dados e/ou não sabe fazer contas. Se tal tivesse acontecido, o país teria batido um record.

Senão, vejamos. Somar 7% à pontuação de 0,531 que o país tinha no ano passado dá 0,568 e o país saltaria da 121ª para 101ª posição.

Naturalmente, aconselho vivamente a leitura integral do IDH 2010.

Humberto Cardoso disse...

obrigado pelo reparo Amilcar. Correcções foram feitas para clarificação. A diferença entre entre o o indice de 2000 e o de 2010 é que é 7% e 9,5 % respectivamente para Cabo verde e o mundo. Não a taxa média de crescimento durante o periodo.