O Partido do Governo saiu em campo a acusar o partido da Oposição, o MpD, de fazer pré-campanha rica. Em conferência de imprensa e em várias declarações públicas dirigentes, membros do Governo e deputados têm lançado dúvidas sobre as origens do financiamento do MpD. E tem-se ficado por aí. Ninguém deu o passo lógico e responsável de pedir a intervenção do Ministério Público e de apresentar ao Procurador-Geral da República indícios de eventuais crimes cometidos. Mas não é a primeira vez. Já em situações idênticas de campanha eleitoral o PAICV tinha feito o mesmo. Espalha rumores e levanta suspeições e depois não assume ou age em consequência. Os dois casos mais recentes e flagrantes foram as acusações feitas pelo Primeiro-Ministro no dia das eleições de 2006 e pelo candidato do PAICV na Praia nas autárquicas de 2008. Não é admissível que dirigentes do Estado, no puro intuito de tirar dividendos políticos, deixem passar a ideia de impunidade, de que se pode apontar o dedo a pessoas e instituições repetidamente sem que nada aconteça. Ou então a ideia perniciosa de que o Estado nada pode fazer para garantir a legalidade e combater crimes de difamação e outros quando os denunciantes e os eventuais prevaricadores são figuras de partidos políticos ou os próprios partidos políticos. Com esse “chove, não molha” o PAICV, para proveito próprio, reforça a ideia do “vale tudo na política”: Assim, vale acusar outros de financiamentos obscuros para fazer campanha com outdoors, como vale pagar outdoors com dinheiro do Estado para responder aos adversários políticos. Da mesma forma, vale colocar-se nos bicos dos pés e considerar imorais os gastos da oposição e, ao mesmo tempo, recorrer sem qualquer ética, a viagens incessantes pelo país e a emigração e a publi-reportagens e anúncios propagandísticos nas custas de todos os contribuintes caboverdianos
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