O Primeiro Ministro "reeleito", em grande entrevista na primeira semana pós vitória eleitoral, diz que vai desencadear “uma grande circulação de pessoas ao nível do governo, da administração pública e das empresas”. Que queira mudar os membros do governo é normal e esperado. Mas sem ainda ter constituído o novo governo e já anunciar que vai mudar pessoas na administração e nas empresas não é normal. O partido usou como slogan da campanha o “mesti manti” querendo dizer que continua com o essencial das políticas anteriores. Não há, portanto, qualquer pressa em afastar pessoas ou em promover grande circulação de pessoas. Só se os objectivos são outros. Pelos jornais sabe-se já que na empresa TACV a interpretação que se fez das palavras do PM é que a “estação de caça” está aberta para afastar os trabalhadores ligados ao MPD que fizeram campanha ou foram candidatos. De facto, só uma preocupação em mandar uma mensagem de conformação de comportamento, para todos os que vivem ligados ao Estado e aos seus apêndices nas empresas, justifica uma afirmação dessas. Não é de estranhar que as direcções da administação pública e das empresas a interpretam como uma chamada à acção contra os que ousaram publicamente discordar das políticas do Governo. E tais manobras de intimidação funcionam porque todos sabem que o Paicv preza-se em projectar a imagem de ser sistemático na protecção dos seus e implacável com quem é diferente ou o desafia.
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