Sente-se no ar que a novela do email do funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros teve outros episódios. Na imprensa local, sinais vários dão conta da luta surda que se passa nos bastidores. Alguns continuam a insistir contra evidência rapidamente verificável que o funcionário é diplomata para tornar mais grave a situação. A vontade flagrante em desinformar levou o Dr. Corsino Tolentino no “Visão Global” a dizer claro e bom som que a pessoa em causa não é diplomata. A posição ponderada do Ministro Brito em não se deixar arrastar pelos pedidos de “sangue” dos comités, tornou estridentes algumas vozes a pedir a sua demissão. Esta pseudo crise dá conta das consequências do esforço de partidarização da Administração Pública. Por um lado, é a perseguição de funcionários não afectos ao partido e a promoção de ex-candidatos e de futuros candidatos a pleitos eleitorais. Vê-se isso na relativa pouca idade de muitos altos dirigentes da administração pública. As nomeações pouco têm a ver com o mérito próprio. Por outro lado, são as dificuldades na execução de decisões ministeriais. Em certas circunstâncias fica-se com a impressão que não há acordo entre ministros e dirigentes... e tudo pára. Parece que partido está mais democrático e os ministros já não têm tanta ascendência sobre os dirigentes do partido que nomeiam para as direcções gerais e para as instituições e empresas do Estado. O resultado é a ineficiência do Estado que todos constatam e de que particularmente se queixam as empresas. A revolta quase pública das bases contra o ministro demonstra o quão longe se foi nessa degradação e como pernicioso se tornou o controle do aparelho do Estado pelo PAICV .
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