quarta-feira, novembro 10, 2010

Tenebroso

O PAICV em S.Vicente, a 4 de Outubro veio a público num dos seus rotineiros e sistemáticos ataques à Câmara de S.Vicente. Desta vez não foi para apresentar mais indícios de corrupção ou anunciar a ida do coordenador local ao Ministério Público para entregar “provas”. Foi para pedir a substituição da Presidente, Dra. Isaura Gomes. Dias depois, a 23 de Outubro, a Ministra Sara Lopes, justificando-se com “notícias vindas a público”ordenou uma inspecção administrativa “para se inteirar quantas vezes ocorreu a substituição da titular do cargo e se foi feita nos termos da lei em vigor”. Pela sequência de eventos sabe-se qual a origem das “notícias”. E isso é muito preocupante. Até parece que o partido que suporta o governo faz denúncias e o governo lança instituições do Estado no encalço dos alvos do ataque da estrutura partidária. Em Abril último, também se assistiu a uma coincidência de acções alarmante e perigosa. Enquanto se verificava a operação policial na Câmara de S Vicente membros locais do PAICV, em conferência de imprensa, faziam mais uma das suas investidas. Ninguém nega hoje que, em S.Vicente o PAICV e o Governo estão juntos numa ofensiva conjunta para colocar a ilha em posição de ser arrebatada nas próximas autárquicas. Tácticas semelhantes já tinham sido aplicadas noutros concelhos, com sucesso nalguns casos como o do Paul e da Ribeira Brava de S.Nicolau. Em todas essas situações, para isolar as câmaras, recorreram a toda a espécie de truques, deslealdades institucionais e conflitos abertos com as câmaras a partir dos serviços desconcentrados e centrais do Estado. No caso de S. Vicente tem-se feito da pessoa da presidente de câmara o alvo principal. A guerrilha foi montada e logo após as eleições iniciaram-se os ataques. O governo entrementes procedeu ao bloqueio do registo de terrenos cortando receitas aos municípios particularmente aos de S.Vicente , Porto Novo, Sal, Boavista e Maio. A insegurança jurídica provocada pelas restrições impostas matou no ovo muitos projectos. Dos mais de um bilhão de dólares de projectos prometidos nenhum deles saiu do papel. E o Governo, juntamente com a sua ala partidária, tem o desplante de culpabilizar a Câmara pelo que aconteceu. Bloqueia a ilha com a sua falta de visão, a falta de vontade e o interesse partidário mesquinho e vem lançar as culpas pela crise da ilha nas ausências da Presidente. É o cúmulo da hipocrisia por parte de quem deliberadamente tem criado um ambiente extremamente tenso de relações institucionais, pontuado por acusações descabidas e por medidas desproporcionais como foi a acção policial na Câmara de s. Vicente e a apreensão, por seis meses, de computadores e livros de averbamento do município.

1 comentário:

Anónimo disse...

From Canadá
Why when someone wants to do what's best for the country it is always oposition.
I know Presidente, Dra. Isaura Gomes from my school days in S. Vicent.
I get news from Cape Verde and the people of S. Vicent are happy with what she has done for that Island.
Please let her continue to do her job for the benefit of the country.
Thanks.
Maria Campos.