Na última assembleia geral da ELECTRA o governo unilateralmente optou por aumentar o capital social da empresa, reduzindo ainda mais os municípios a uma posição minoritária. Chama a atenção nesse processo o facto do aumento do capital ter sido feito em "espécie" conforme portaria do Ministério das Finanças de 30 de Dezembro. As duas centrais térmicas, supostamente de back up das centrais fotovoltaicas de Sal e Santiago, passaram a fazer parte do parque de geradores da Electra. É de se relembrar que o processo de aquisição dos dois grupos de geradores de 4,9 MW foi dirigido pelo Ministério da Economia. No B.O. de 29 de Dezembro de 2009, o Governo, através da Resolução nº 44/2009, autorizou a Ministra da Economia a negociar e a contratualizar com empresas portuguesas, dispensando concursos, público e limitado, e a adjudicar obras, em ajustes directos . Dois dias depois da publicação da Resolução, a Ministra assinou com a empresa Tecnologia, Representações e Comércio (TRC) a instalação imediata de dois grupos térmicos de produção de energia como futuro back up de duas centrais de aproveitamento da energia solar, então por construir. São essas centrais térmicas adquiridas sem concurso e dentro de um pacote supostamente para energias renováveis que são agora entregues à Electra. É normal que alguns perguntem se com esse processo apressado foi a melhor compra seja em termos de preço, seja do equipamento que, de facto, a Electra precisa para assegurar com eficiência e eficácia a produção de energia no país. Quanto ao valor pago todos parecem de acordo que se pagou mais do que normal, considerando que, para centrais similares, 1 MW de potência fica por menos de 1 milhão de euros. De qualquer forma a incorporação desse activo na Electra não foi aparentemente sujeita a nenhum tipo de avaliação independente do seu valor real. E isso devia ser feito para não prejudicar os outros accionistas que, com a infusão de capital, viram a sua posição diminuída. Também para não sobrecarregar ainda mais a empresa com sistemas pouco eficientes ou não ajustados às necessidades. Tudo isso acarreta custos que naturalmente serão repassados aos consumidores. Nesse aspecto também a agência de regulação do sector (ARE) cuja missão inclui velar para que os consumidores paguem um preço justo devia também pronunciar-se. Resumindo, com este episódio o Governo mostra mais uma vez como vem tratando a questão central de energia. Expendientismo virou norma. Com medidas avulsas similares não resolve os problemas mas no processo, ameaça afundar a empresa, sobrecarrega os consumidores com preços elevados de energia e má qualidade de serviço e contribui para minar a competitividade do país.
1 comentário:
Estas fórmulas "eléctricas" de fugir aos problemas com medidas cosméticas é o que caracteriza a Governação do PAICV nos últimos DEZ anos.
O constante renegociar e empurrar as dividas do Estado, contraindo novas dividas, a prontidão em aceitar empréstimos sem a devida avaliação, levaram-nos para uma situação BASTANTE PERIGOSA.
O país está vivendo acima de suas possibilidades porque este Governo não soube criar riqueza, não soube dar continuidade á base produtiva do país, sequer entendeu como aproveitar o Turismo para beneficiar TODA a Economia.
E as "soluções" para a Electra, apresentadas por este Governo, conduzem directamente ao DESASTRE. É que efectivemente, nada melhorou no desempenho dessa empresa.
Infelizmente, as noticias não são boas, mas há que parar com o processo de RUINA do país e alanvancar com soluções que enfrentem e resolvam os problemas existentes.
E este Governo já demonstrou que NÃO É CAPAZ!!
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