Em Cabo Verde as pessoas queixam-se de monopólios de jure e de facto, queixam-se da liberalização, queixam-se da concorrência estrangeira, queixam-se do investimento estrangeiro. Querem, porém, um país moderno com produtos e serviços que podem ser encontrados em qualquer parte do mundo e preços também compatíveis com os praticados lá fora. O problema é reconciliar tudo isto num país que tem um mercado pequeno, descontínuo e sujeito, em consequência, a imperfeições do mercado e a situações de completa falha do mercado. Esta realidade é agravada pelos preconceitos marxizantes prevalecentes particularmente na classe média e intelectualizada, pela cultura de expedientismo, do move, generalizada na sociedade caboverdiana, e pela postura do Estado. De facto, o Estado, por um lado, esforça-se por se colocar no topo da cadeia alimentar criado pelas ajudas externas, dispensando recursos, favores e privilégios e, por outro, comporta-se como um parasita da economia, retirando o máximo possível de indivíduos e empresas. Ultimamente parece ter mergulhado de cabeça na especulação de terrenos. A necessidade de regulação e de uma intervenção compreensiva e estratégica do Estado para impedir monopólios, para suprir imperfeições de mercado e em caso de falha de mercado dar a resposta certa e atempada é por demais evidente. Sem isso não há empreendorismo, iniciativas criativas e inovadoras morrem à nascença e o país nunca poderá ser competitivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário