Inaugurado o Centro de Inspecção e Conservação de Produtos Agrícolas, o Governo anunciou logo um futuro de prosperidade para a ilha de Santo Antão. Segundo o Primeiro-Ministro, Santo Antão já pode contar com os mercados do Sal e da Boavista que já “recebem mais de 350 mil pessoas e em 2013 prevê-se mais de um milhão”. Na ânsia de mostrar resultados, pretendeu esquecer os enormes obstáculos que ainda subsistem. O Centro parece que ainda não dá garantia completa quanto aos mil-pés. Só assim se pode explicar que pelo Decreto-lei 41/2010 de 27 de Setembro se continue a impedir os produtos de Santo Antão de serem enviados para a cidade da Praia, o maior mercado do país. Também não se equaciona o problema de S.Vicente cujos produtos também constam do embargo. Anos atrás, gorou-se um negócio de exportação de flores a partir dessa ilha por causa disso. Resulta daí que produtos vindos do Porto Novo e que se dirigem para outras ilhas, via S.Vicente, podem correr o risco de contaminação. Um outro aspecto é a questão de saber quem vai pagar o condicionamento dos produtos. Os custos acrescidos poderão tornar ainda menos competitivos os produtos de Santo Antão nas ilhas do Sal e Boa Vista onde têm de enfrentar produtos importados directamente do exterior. O turismo nessas ilhas depende muito do sistema all incluse que, por definição, é altamente integrado, abarcando todos os aspectos da operação. Com os turistas chegam produtos já com qualidade e aparência a satisfazer standards elevados de qualidade e apresentação. Competir, nessas condições, não é nada fácil. A penetração dos produtos de Santo Antão vai exigir uma estratégia de comercialização que passe provavelmente pela identificação de nichos de mercado vantajosos. Com ainda muito por fazer, o entusiasmo do Governo mais parece outro exercício do ilusionismo que vem procurando gerir as expectativas da população em período pré eleitoral.
1 comentário:
A História regista o percurso dos governantes de cada país. Alguns passam de forma discreta e outros destacam-se, ora por motivos bons, ora por menos bons.
Actualmente vimos testemunhando a um registo histórico, em função das acções e declarações do nosso Primeiro Ministro, sem dúvida marcante, da degradação ética e moral politicas incomuns de alguém que se diz DEMOCRATA.
Embora já ninguém acredite mais, em uma palavra proferida por JMN, não deixa de ser triste vermos alguèm que alcançou o cargo de Primeiro Ministro de Cabo Verde ainda jovem, afundar-se desta forma, quando o que se lhe perspectivava seria uma carreira politica auspeciosa.
Chegamos a tal ponto, que não será de espantar, que alguém venha questionar a origem desta "compulsão pela inverdade" notória em José Maria Neves.
Muito provavelmente, e infelizmente, continuaremos a assistir a esta triste situação até as eleições Legislativas.
Não deixo também de ficar preocupado pelas reacções que advirão de sua mais do que provevél derrota nas eleições.
Quem de direito, que aconselhe e cuide do Homem.
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