A Polícia Nacional, nos primeiros dias de Janeiro, uma vez mais veio anunciar queda na criminalidade. O sentimento geral da população nas diferentes ilhas é totalmente oposto. Em particular nas ilhas de S.Vicente, Sal Santiago e Boavista diz-se que houve aumento da insegurança. Ano após ano a discrepância entre as estatísticas da polícia e a percepção da população vem-se acentuando. Há algo que não está bem e que deve ser investigado. Cabe às autoridade avaliar os métodos de recolha, classificação e tratamentos dos dados. Recentemente, em Nova Iorque, a polícia metropolitana foi confrontada com situação idêntica. Os dados de criminalidade não traduziam o sentir da população. A resposta veio célere em forma de criação de um painel de experts exteriores constituído por ex-magistrados do Ministério Público para auditar todo o sistema estatístico da polícia. As razões para se afinar o sistema vão desde garantir a confiança dos cidadãos passando pelas necessidades de ter dados fiáveis para se planear a acção policial e também para se avaliar da eficácia dos métodos operacionais adoptados. Segundo o New York Times de 5 de Janeiro casos se verificaram em que crimes graves foram classificados como crimes menores ou simples transgressões e casos outros em que os ofendidos foram dissuadidos de apresentar queixa, deixando assim de fazer parte das estatísticas. Entre nós, há que ver o que está mal e corrigir para que a eficácia da polícia aumente e seja maior a confiança que a população nela deposita.
1 comentário:
Concordo plenamente. Mas haverá alguém de bom senso nestas ilhas que acredite nesta quebra da criminalidade? Uma autêntica pantomina, uma vez mais, que resulta da clara manipulação dos dados estatísticos. Se até a instituição policial, que deveria ser a primeira guardiã do cidadão desata à mentira, como recurso público e político, o que há mais para fazer e denegrir os princípios em que devem assentar o Estado de Direito Democrático? Tudo vai perdendo valor, por conseguinte....
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