sexta-feira, agosto 20, 2010

A reaparição do Ministro das Pescas

segunda-feira, dia 16 de Agosto

Esta semana assistiu-se a várias aparições do Ministro das Pescas, em Santa Cruz e no Tarrafal de Santiago a fazer entregas de botes e de outro material de pesca. Anunciadas já estão aparições na ilha do Fogo e na Brava para o mesmo fim. Semanas atrás, não se via o Ministro quando as centenas de operárias da Frescomar perdiam emprego e a fábrica suspendia as suas actividades por falta de peixe. Também ficou fora das vistas quando as instalações da Cova de Inglesa fechavam para reparações já tardias, comprometendo exportações de pescado e o rendimento das muitas famílias que vivem da faina da pesca. O Director Geral das Pescas esteve sozinho a enfrentar as ansiedades dos desempregados e a fúria dos empresários e pescadores. A oportunidade das entregas de material das pescas permitiu a reaparição do ministro no sector. Nos actos de entrega, acompanhados de sorrisos de gratidão das pessoas e das suas declarações como estão contentes por terem sido “contempladas” e por verem realizados os seus sonhos, os governantes parecem viver a sua cena favorita. È a aquela que reforça a relação de dependência das pessoas com o Estado. A outra, que significa lidar com a economia e agir resolutamente para ultrapassar os constrangimentos que a impedem de crescer e de criar emprego, já não interessa tanto. Mas, afinal, os governantes são eleitos para dispensar benesses ou para criar condições para que todos tenham fonte autónoma de rendimento e expectativas justas de prosperidade futura. Esta é uma questão que interpela a todos na democracia.

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