Pelas declarações da Ministra de Indústria na sequência da
participação de Cabo Verde no Fórum de AGOA em Washington DC e Kansas
City na semana passada, fica-se com a impressão que ainda não há uma
ideia de como beneficiar desse programa. O Governo durante anos
praticamente ignorou as facilidades de acesso ao mercado americano dadas
a Cabo Verde desde 2002. Cabo Verde tem sido incapaz de tirar proveitos
significativos da oportunidade oferecida. Dados oficiais põem o valor
total das exportações para os Estados Unidos, de Janeiro a Outubro de
2009, em 14 mil dólares, cerca de mil e trezentos contos.
Vários
outros países africanos também elegíveis para o AGOA fizeram bom uso
das facilidades para exportar confecções e calçado. São eles Madagáscar,
Quénia, Maurícias e Lesotho. O Banco Mundial registou na sua publicação
“Yes, Africa Can” que Lesotho serviu-se do AGOA para se lançar numa
estratégia agressiva de atracção do investimento externo e promoção de
exportações. No processo mais que duplicou as exportações para os
Estados Unidos atingindo, valores de mais 300 milhões de dólares, e
criou 36 mil postos de trabalho na industria têxtil e de calçado, entre
2000 e 2008.
No ano passado, com o périplo de Hillary Clinton
por vários países de África, incluindo Cabo Verde, o Governo fez um
gesto, talvez por cortesia, e a Ministra da Indústria foi a Nairobi no
Quénia participar no fórum do AGOA. Agora foi aos Estados Unidos. A
pergunta que fica: Que planos tem o Governo para aproveitar as
oportunidades do AGOA?
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