domingo, agosto 08, 2010
Pontas de lança do Governo?
Na sexta-feira realizou-se mais uma assembleia municipal do Sal. Pelos
ecos na imprensa sente-se como as reuniões das assembleias municipais se
vêem transformando em campos de batalha entre o Estado e os municípios.
A razão disso está no facto do Governo usar sistematicamente recursos
do Estado, via os seus serviços desconcentrados e via associações
comunitárias e outras associações muitas vezes criadas ad hoc, para
competir com o município no fornecimento de serviços às populações. A
confusão, que se instala com a usurpação de competências, agravada pela
desproporção de meios entre o Estado e a câmara municipal, cria
rivalidades insanáveis. As representações do PAICV nas assembleias
municipais assumem o protagonismo do Governo e contrapõem-no ao da
câmara municipal. Resultado: descuram o trabalho que foram eleitos para
fazer. Esquecem-se que quem tem a função de suportar o governo são os
deputados da maioria parlamentar na Assembleia Nacional. E faltam ao
dever central para com as comunidades que os elegeram, quando se colocam
do lado do Governo, em questões que brigam com a preservação das
especificidades próprias da população e constituem verdadeiros atentados
ao exercício do seu direito de auto-governo. A deslealdade é mais
flagrante quando defendem o Governo nos casos em que bloqueia
transferências financeiras para os municípios previstas na lei, como
acontece com as centenas de milhares de contos devidos ao município da
ilha do Sal. Ainda tentando defender o Governo, o líder da bancada
confessou de que o Governo fez 60% do que prometeu para ilha do Sal.
Manifestamente insuficiente e com efeitos devastadores na economia da
ilha. A crise começou, aí em 2007, porque o Governo não via qualquer
urgência em resolver os problemas de Segurança, saneamento, acesso aos
hotéis e imigração clandestina.
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