O único comentário que se ouviu do Sr. Primeiro Ministro sobre a triste posição de Cabo Verde atrás de mais de 16 países africanos no índice de Competitividade e no 117º lugar mundial que “o facto de termos entrado no Indice é uma grande vitória para o país”. Claro que não se entra para o Índice porque se é competitivo. Existindo dados fiáveis e instituições credíveis para os coligir e os certificar está-se no índice. Mas é a manobra habitual quando este Governo é confrontado pelos factos: Muda o registo para menor denominador comum e proclama-se o melhor de entre os piores. Assim quando hoje se fala de competividade, o Governo muda discurso para Desafios do Milénio e para luta contra pobreza porque ali o País consegue competir com os mais pobres. Fica por responder como manter baixos os níveis de pobreza de forma sustentável com baixa competitividade, crescimento abaixo do potencial e desemprego de dois dígitos. Só sendo competitivo é que se pode criar riqueza. Caridade e subsídios não resolvem permanentemente o problema da pobreza, mesmo quando os recursos são bem geridos. Para o Governo, porém, tudo parece reduzir-se a um problema de imagem: As pessoas, os seus problemas e as suas expectativas são simples figurantes nesse filme.
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