terça-feira, setembro 14, 2010

Pequenas coisas

No programa da TCV “Conversa em Dia” com Rosana Almeida, de duas semanas atrás o Sr Patone chamou a atenção para a urgência de se atender aos pequenos problemas que os operadores turísticos e o s turistas dizem existir com o destino Cabo Verde: iluminação pública, estrada de acesso aos hotéis, barulho nas ruas, assédios nas praias etc. Problemas que o governo foi exímio em adiar com as consequências que todos conhecem. Sinais de crise na ilha do Sal surgiram em 2007mas o Governo continuou a desconversar, escudando-se em grandes projectos, planos estratégicos, revisão de legislação etc. Resultado, os problemas pequenos e vitais ainda estão por resolver. A persistência de muitos eles bloqueia a possibilidade da economia nacional beneficiar, em vendas e emprego, do fluxo turístico no país. Na entrevista do Director Geral do Turismo ao Jornal Asemana de 3 de Setembro faz-se referência a vários pequenos problemas que diminuem o impacto do turismo na economia das ilhas. Na Boavista, por exemplo, como não se regulamenta e se disciplina o transporte de turistas nas excursões, operadores nacionais perdem para os estrangeiros. A mesma coisa acontece com a actividade de observação das tartarugas. A oferta de bens e serviços nacionais tem que ser regulada e certificada. Nalgumas actividades há que definir condições de entrada de operadores. Só assim se poderá garantir qualidade, fiabilidade e a sustentabilidade da oferta dos produtos. Deixar o informal dominar é condenar a oferta nacional a ter ganhos marginais com o tráfico de turistas e mesmo a prejudica-lo com a falta de qualidade. È aqui que fazer as pequenas coisas do Sr. Patone, que melhoram a qualidade do ambiente económico e social circundante, mostra-se fundamental. Não são talvez as coisas “glamourosas” que os governantes gostariam de fazer. Mas são necessárias para o que, afinal, se prestaram realizar, quando aceitaram os cargos: criar condições para o aumento da riqueza nacional, do emprego e da qualidade de vida de todos os caboverdianos.

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