Cabo Verde, nestes quinze anos do governo do PAICV, já
ensaiou tantas largadas e take-offs e até mudanças de “chip” que já ninguém
estranha esses anúncios de mudança para que tudo fique na mesma. Por isso o
apregoar de uma nova agenda económica, pela presidente do partido, não traz
qualquer novidade. Até porque é apresentada como mais uma etapa na “agenda de transformação”
de mais de uma década durante a qual, apressam-se a dizer: “foi feito o
possível e tudo foi bem feito”. A realidade porém é outra, muito diferente. O
país vive uma estagnação económica, desemprego elevadíssimo e problemas sociais
graves. Como a liderança do PAICV sabe disso, depois de, em entrevista ao jornal
asemana, Janira Hopffer Almada apresentar o rosário de iniciativas previstas na
sua nova agenda e apelar ao diálogo para os comprometimentos necessários, ou
seja fazer o discurso politicamente correcto, volta ao seu caminho mais seguro
para tranquilizar o eleitorado e manter o seu poder controlador: o caminho da
cooperação internacional. Neste aspecto a visita do primeiro-ministro
português, António Costa, em pleno período pré-eleitoral, é providencial. Ajuda
a reforçar a mensagem subliminar que o PAICV sempre passa, particularmente nos
períodos eleitorais, de como é vital para Cabo Verde a ajuda internacional e de
como o país precisa que ele continue a governar para manter a credibilidade externa
e continuar a receber. Nas entrelinhas fica também a mensagem “nada de
aventuras” em votar outros partidos. "Não conseguem ajuda".
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